quarta-feira, 18 de junho de 2014

Teu cheiro em meu corpo

  Ela está no cio. Ela exala um cheiro típico, um odor que atrai todos os homens. Ela não quer sexo, quer apenas ser notada. Seu andar gracioso, rápido, feroz, nos mostra até onde ela quer chegar. Seu corpo delgado chama a atenção. Ela quer todos os olhares para si.
  Ela usa um vestido preto, com meias pretas e um salto vermelho, com sua boca vermelha. Ela sobressai às outras mulheres, tudo nela é sedutor, chamativo. Seu dom maior é seduzir. Ela só sabe seduzir.
  Sua voz é um murmúrio surdo, quase como um canto que entorpece e encanta o mais tolo espectador. Ela tem uma necessidade quase animal de obter mais e mais machos. não lhe interessa a cor, o tamanho, credo ou raça, ela quer homem, homem com cheiro forte, com barba grande, corpo pesado, mãos firmes e que saiba o que faz. Ela quer homem experiente.
  Ela encontra seu alvo. Mais um para sua coleção de machos. A princípio ele não a percebe, isso a deixa consternada. Ela dança, rebola, passa a língua nos lábios e nada. Seu corpo fica retesado, seu odor de fêmea no cio fica mais forte e assim ele a percebe, pelo cheiro. dois animais no cio, que não procuram sexo, apenas sedução.
  Ele com seu olhar de predador encontra sua presa. Uma mulher linda e que quer o mesmo que ele. Ele com seu corpo retesado, todo de preto, barba por fazer. Suas mãos tocam levemente o copo de uísque e ele pensa em como vai devorar sua presa.
  Ele sabe que ela está tentando seduzi-lo e ele quer o mesmo. Quer um corpo entregue a ele, somente a ele, a submissão total de sua presa indefesa.
  A luta de corpos começa. Seus odores se misturam, seus corpos dançam ao ritmo de uma batida tribal, eles querem vencer a todo custo. Suor, roupas, saliva, tudo se mistura e ninguém cede ao poder do outro. A noite está quase acabando e nenhum deles conseguiu ainda sua presa. O desejo toma de conta e ambos não conseguem mais distinguir quem é presa e quem é predador.
  O sol está nascendo e cansados dessa luta de poder, cada um segue seu caminho, contrariados pela perda. A necessidade de uma noite de sexo tornou-se maior que a sedução, o desejo estava em estágio latente, seus fluidos emanavam de seus poros e a volúpia carnal de dois animais os deixaram tontos e sobressaltados.

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