Como já dizia Renato, vamos celebrar a estupidez humana...
E viva a espontaneidade humana. Toda a sujeira que nos
rodeia. Viva essa reprodutividade instantânea, a falta de empatia que já nasce
no autômato pré-programado de hoje. Viva a estupidez daqueles que pensam saber
demais, que querem ser mais, que buscam a mesma finalidade dos que os próprios
recriminam: a fama. A fama pelo não dito, a fama pela selfie feita, a fama pelo
texto recém escrito e incrivelmente pré-julgador, ou julgador mesmo. O ser
humano vive naquela eterna chafurdaria de se achar melhor, de conhecer o outro
pelo clichê, de marcar um povo inteiro pelo erro de uma única pessoa. Viva essa
irracionalidade descompensada de sentir-se superior. Não é porque você fala
francês, viu os filmes do Godard e reconhece a obra de Picasso que você é
melhor que aquele que levanta às 4h da manhã para ganhar um salário e sustentar
7 bocas. Você que pensa ser melhor se engana, você distorce a si mesmo e seu
discurso de igualdade, de crescimento e de globalização. A que preço você
perdeu sua essência para tornar-se mais um propagador das mazelas que você
mesmo criou?